- A função “asset clawback” para a blockchain Stellar poderia fornecer a um emissor os meios para recuperar um ativo a fim de apoiar as exigências regulatórias.
- Os usuários deverão indicar que suas contas têm a função “asset clawback” ativada.
A Stellar Development Foundation publicou uma discussão de Protocolo Aberto na qual os desenvolvedores da Stellar discutem uma proposta um tanto controversa. Apresentada como CAP-35 ou “asset clawback”, a proposta contempla dar aos emissores um recurso para reivindicar seus fundos em certos casos.
De acordo com a proposta, os emissores poderiam recuperar ou reemitir ativos se os fundos enviados forem determinados como tendo uma origem “fraudulenta”, para responder às exigências regulatórias, ou combinar a proposta com uma função de identificação de identidade em caso de roubo se os usuários perderem a custódia de suas chaves privadas. Os proponentes declararam:
A fim de atender às exigências regulatórias em muitas jurisdições globalmente, o emissor (ou agente de transferência designado) deve ser capaz de demonstrar a capacidade de revogar ativos no caso de uma transação errada ou fraudulenta ou outra ação regulatória relativa a uma pessoa específica ou a um ativo. Para receber a aprovação, o Emissor deve demonstrar a capacidade de executar esta ação.
Além do acima exposto, os criadores da proposta argumentam que os usuários e as trocas poderiam se beneficiar e mitigar a perda de fundos ocorrida no passado. Além disso, o recurso de “recuperação de ativos” poderia ser uma nova camada de segurança em caso de hacks ou violações de segurança.
Como o “asset clawback” operaria no Stellar?
Na chamada de Protocolo Aberto, os desenvolvedores da Stellar esclareceram que o recurso “asset clawback” é transparente. As contas de usuários devem sempre ter a bandeira ativada (AUTH_CLAWBACK_ENABLED_FLAG). Portanto, outros usuários sabem quando os fundos podem ser recuperados. Ao contrário de funções similares, o “Asset Clawback” não congela o saldo completo de uma conta na qual ele é ativado.
Ao contrário, ele permite ao usuário destruir fundos específicos de um ativo. Para ativar a função, o usuário que enviou os fundos deve especificar a conta que os recebeu. Por outro lado, o usuário afetado não pode interromper a operação; sua assinatura de conta não é necessária. Quando ativados, os fundos são “queimados”, mas o remetente da transação tem a opção de reemitir os fundos. Os proponentes afirmam:
É desnecessário dizer que a execução de uma realocação é uma responsabilidade significativa e em muitos casos deve ser reservada para entidades licenciadas (como um agente de transferência) que detenham as credenciais do emissor e estejam cientes das responsabilidades sob a lei da jurisdição da parte afetada e do ativo.
A função terá certas limitações. Por exemplo, é necessária uma assinatura de limite médio, será estabelecida uma linha fiduciária e as contas que receberem fundos com o status de “Reclamável” não serão capazes de modificá-la. Isto permitirá que a função seja “transparente e visível”.
Na comunidade de usuários Stellar, alguns levantaram preocupações. Entretanto, outros acreditam que a característica proposta poderia trazer mais instituições e entidades sob regulamentação, fazendo com que se sintam seguras e mais seguras em casos de roubo, usurpo de identidade, e outros.